Substâncias naturais para o tratamento das articulaçoes


Atualmente, podemos encontrar no mercado (ervanárias e parafarmácias) suplementos dietéticos que
ajudam a manter as articulações em bom estado. As substâncias em maior destaque são o sulfato de
glucosamina, o sulfato de condroitina e o ácido hialurónico.
Estes compostos podem ser utilizados como medida farmacológica ou como suplemento preventivo em
estados fisiológicos (desportistas, mulheres na menopausa, pessoas idosas, etc.).
Tanto a condroitina como a glucosamina foram estudadas e valorizadas desde 1980, atribuindo-lhes a
capacidade de:

• Ligar as moléculas de água com a finalidade de manter lubrificadas as articulações;
• Diminuir a dor articular;
• Regenerar e reparar a cartilagem danificada;
• Reduzir o uso de fármacos anti-inflamatórios com a finalidade de evitar os seus efeitos secundários.

Num estudo levado a cabo entre 1980 e até 2002 e publicado na revista Archives of Internacional Medicine
foi demonstrado que a glucosamina melhorava significativamente os sintomas sentidos por determinados
indivíduos que padecem de artrite do joelho. Mas, não apenas foi observada uma melhoria no espaço entre
as articulações, mas também se mostrou um aumento da mobilidade e da funcionalidade física, que inclui
uma notável diminuição da dor.

No momento de consultar o rótulo de um suplemento dietético, é importante confirmar a presença destas
substâncias e não de outras semelhantes (hidroclorido de glicosamina, glucosamina acetilada, etc.), pois não
existem estudos que demonstrem a eficácia de compostos sem enxofre e semelhantes aos que referimos.

O sulfato de glicosamina é uma substância que se encontra naturalmente no corpo humano. Está presente no
líquido que rodeia as articulações e é utilizado pelo organismo para produzir outras substâncias envolvidas
na formação de tendões, ligamentos, cartilagem e líquido sinovial. É extraído da carapaça dos caranguejos, lagostas e camarões, embora também possa apresentar-se sob a forma sintética.

Foi classificada pela atural Medicine Comprehensive Database (Base Exaustiva de Dados de
Medicamentos Naturais) como um tratamento provavelmente eficazes para a osteoartrite do joelho, anca e
coluna vertebral, e possivelmente eficaz para a artrite das articulações temporomandibulares.

É capaz de aliviar a dor, demorando mais tempo, mas com a mesma eficácia que os anti-inflamatórios não
esteroides como o ibuprofeno ou o piroxicam. Além disso, tomado durante muito tempo, poderá retardar a
desgaste nos sujeitos que padecem de osteoartrite.

É importante evitar o consumo de sulfato de glicosamina em caso de gravidez, lactação, asma, diabetes ou
alergias ao marisco. Além disso, está demonstrada a interação com determinados fármacos como a varfarina
(anticoagulante), determinados medicamentos para combater o cancro que diminui a proliferação celular,
acetaminofeno ou anti-diabéticos.

O sulfato de condroitina (condrosan, condrosulf ou droglican) é um composto presente no organismo de forma natural. Encontra-se habitualmente ligado à formação de proteoglicanos (agrecano, versicam, brevicam e neurocam), dando maior flexibilidade à cartilagem. Considera-se além disso um dos maiores componentes da matriz extracelular dos tecidos conectivos, cartilagem, tendões, ligamentos, pele e vasos sanguíneos. Como parte do agrecano, é também considerado um dos componentes majoritário das cartilagens.

As empresas fabricantes deste tipo de suplementos dietéticos obtêm o sulfato de condroitina a partir da
cartilagem do tubarão, da cartilagem da traqueia bovina ou de origem marinha, embora a indústria
farmacêutica o consiga sintetizar com a finalidade de o incorporar em determinados fármacos vendidos
mediante receita médica.

Diversos ensaios clínicos, recolhidos e publicados na revista Annals of Reumatic Diseases, demonstram a
capacidade do sulfato de condroitina de manter hidratados estes proteoglicanos, dando a estes cartilagens
uma maior resistência à compressão. Estes estudos também demonstram a sua atuação a nível de:

• Cartilagem: favorece a síntese de proteoglicanos, ácido hialurônico e colagénio II. Diminuem a
formação de substâncias capazes de danificar a cartilagem (determinadas enzimas proteolíticas,
óxido nítrico, radicais livres, etc.) e reduz a apoptose (morte celular, regulada geneticamente).
Também possui um efeito anti-inflamatório.

• Membrana sinovial: estimula a síntese de ácido hialurónico. Reduz a inflamação e o derrame
articular.
• Osso subcondral: intervém no seu equilíbrio ósseo.

Embora o efeito clínico demore entre duas e três semanas a surgir, pode alcançar a mesma eficácia que um
anti-inflamatório, e com um efeito remanescente de até dois meses.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) classificou esta substância como um anti-inflamatório e
antirreumático não esteroide. Não apresenta toxicidade (em doses inferiores a 1 ou 2 gramas por dia) nem
interações com outros medicamentos, embora o seu uso em menores de 18 anos, grávidas e pacientes com
alterações renais, hepáticas ou cardiológicas é desaconselhado.

Na Europa esta substância é utilizada à 20 anos, enquanto em Portugal começou-se a comercializar em
2008, sob a forma de cápsulas ou saquetas.

O ácido hialurónico é um mucopolisacarídeo que está presente no organismo de forma natural. Sintetizado
durante a infância e a juventude em quantidades mais elevadas, faz parte das articulações e tecido
conjuntivo.

As propriedades do ácido hialurónico são várias, mas em geral, intervém na manutenção das moléculas de
água em células e tecidos, já que é capaz de absorver 3 000 vezes o seu peso em água. Por outro lado:

• Lubrifica as articulações.

• Protege a articulação (cartilaginosa ou não), reduzindo os danos produzidos pelo movimento
fisiológico.

• Controlar a evolução da osteoartrite e a dor articular.
O ácido hialurónico pode ser administrado através de duas vias:

• Injeção intra-articular, que mostrou maior eficácia no tratamento, devido à entrada imediata e direta
do composto.

• Oral, sob a forma de cápsulas.

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